De "MAINHA" a ameaçadora: A contradição de Lucinha da Saúde no jogo político de Marí

"Quando o discurso de paz e amor encontra a dura realidade do poder, as máscaras caem, e a política de bastidores revela a verdadeira face do jogo."

O comportamento da recém eleita prefeita de Marí, Lucinha da Saúde , começa a gerar desconforto antes mesmo de sua posse oficial. Conhecida durante a campanha por seu estilo conciliador, que rendeu o apelido de "mainha", Lucinha agora dá sinais de uma postura bastante diferente: ameaças aos vereadores da própria base que se afastaram de seu controle.

Segundo declarações de Emerson Aluízio , porta-voz do futuro governo, a prefeita deixou claro que tratará como oposição qualquer vereador que não se "apresente" para ela até o início da eleição da mesa diretora da Câmara. A frase, revelada em uma entrevista na Rádio Araçá FM , traz um tom de imposição que contrasta com a imagem materna e paciente vendida durante a campanha eleitoral.

Da Paciência à Pressão

A campanha de Lucinha foi pautada na ideia de união e diálogo, mas suas ações recentes sugerem uma realidade bem menos harmoniosa. As palavras de seu porta-voz indicam que a prefeita eleita está disposta a usar estratégias de pressão para garantir o controle da Casa de José Paulo de França , colocando em xeque seu discurso de conciliação e respeito à autonomia dos vereadores.

A ameaça de isolar vereadores governistas que não se alinhem ao seu bloco é um reflexo de uma política que prefere o controle à negociação. Isso não apenas contradiz os valores pregados durante a campanha, mas também levanta dúvidas sobre sua capacidade de construir pontes em um ambiente político naturalmente adverso.

A Contradição na Imagem Pública

O contraste entre o discurso e a prática de Lucinha não pode ser ignorado. Enquanto o tom "paz e amor" foi usado para conquistar o eleitorado, a postura agressiva e ameaçadora em relação aos vereadores coloca em evidência uma faceta que muitos não esperavam.

A política do "ou está comigo ou contra mim" não é nova, mas seu uso por alguém que se apresentou como conciliadora aponta para uma ruptura na confiança de seus próprios aliados. Como Lucinha pretende governar uma cidade que, por natureza, exige diálogo e articulação política, se seu primeiro movimento como prefeita eleita é hostilizar a base que deveria sustentar-la?

O Papel dos Vereadores e a Reação de Lucinha

Os vereadores, que agora se articulam para eleger uma chapa mista composta por governantes e oposição, deram um recado claro: não estão dispostos a seguir ordens cegamente. O confinamento dos parlamentares em um local não revelado é uma estratégia de proteção contra o assédio político.

Essa situação reflete um Legislativo que busca maior autonomia e sinalização ao fim da submissão cega ao Executivo. Para Lucinha, no entanto, essa resistência parece ser tratada como traição, quando deveria ser vista como uma oportunidade para fortalecer sua base de maneira democrática e respeitosa.

O discurso de "mainha" é sempre bonito até que os filhos saem do controle. Quando Lucinha abandona a paciência em troca de ameaças, a política de Marí descobre que o "paz e amor" pode ser apenas um slogan de campanha.

Lucinha tem diante de si um desafio maior do que a eleição da mesa diretora: o desafio de demonstrar coerência entre discurso e prática. Se continuar trilhando o caminho das ameaças e do controle, sua gestão corre o risco de perder o apoio que a levou ao poder.

"O poder revela. E, em Marí, as primeiras revelações não são sobre promessas cumpridas, mas sobre o quão rápido a política pode mudar uma "mainha" para uma "ameaçadora". Eu sou apenas um reflexo de vocês, que enxergam, mas não podem falar. Continuarei observando."
dem

O Repórter nas Sombras 
31/12/2024 

Foto: Reprodução Instagram 

Postagens mais visitadas deste blog

Lucinha 2025: "Não quero André Antônio no meu governo"

Dra. Emanuelle Chaves se apresenta como líder da oposição e faz apostas em políticas públicas

FLOPOU! Cinco vereadores boicotam evento de Antônio Gomes em Marí/PB