EXCLUSIVO | Justiça avança em AIME que pode cassar mandatos em Mari/PB
Lucinha da Saúde era vice-prefeita à época da eleição de 2024, quando venceu o pleito ao lado de Severino Pereira (Sapinho). A ação, protocolada originalmente em 27 de dezembro, tramita na 4ª Zona Eleitoral de Sapé e é movida por Paulo Castor dos Santos. Também figuram no polo passivo o ex-prefeito Antônio Gomes da Silva, além das vereadoras Vânia Silva de Souza e Elenice da Silva. O processo corre em segredo de justiça, com o Ministério Público Eleitoral atuando como fiscal da lei.
Os ilícitos apontados
A petição inicial imputa à chapa eleita a prática de graves ilícitos eleitorais, com destaque para:
Abuso de poder político – com acusações de que a estrutura da Prefeitura de Mari foi utilizada para favorecer diretamente a candidatura governista, inclusive com ações supostamente eleitoreiras nos serviços públicos;
Abuso de poder econômico – com alegações de distribuição de bens, benefícios e vantagens à população em troca de apoio eleitoral;
Assédio eleitoral – com relatos de coação e pressão sobre beneficiários de programas sociais do município;
Condutas vedadas a agentes públicos, conforme o artigo 73 da Lei das Eleições (nº 9.504/97), com ênfase em atos praticados no período vedado;
Uso indevido de programas sociais, como o fornecimento de cestas básicas e alimentos por meio do CRAS e SCFV, direcionados politicamente durante a campanha.
O ex-prefeito Antônio Gomes, mesmo inelegível, é apontado na ação como principal articulador das práticas denunciadas, exercendo influência decisiva no processo eleitoral de 2024.
Etapa decisiva
Após a contestação inicial apresentada pelos investigados, a nova manifestação busca fortalecer os argumentos da defesa, reafirmando a legalidade das ações da campanha e a lisura do pleito. Caso a Justiça Eleitoral entenda pela procedência da AIME, os envolvidos podem ter os mandatos cassados e tornarem-se inelegíveis, com desdobramentos drásticos na política local.
Todos acompanham de perto os desdobramentos do caso, que ganhou relevância não apenas jurídica, mas também política, diante do papel estratégico de Mari no cenário da Zona da Mata paraibana.